A noite em que a Seleção sufocou — e não foi só pelo jogo
No dia 1º de julho de 2001, o Brasil enfrentou a Bolívia em La Paz, a 3.600 metros de altitude, e saiu derrotado por 3 a 1, em um jogo que ficou marcado como um dos pontos mais baixos da campanha brasileira nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2002.
Mesmo saindo na frente com gol de Edílson Capetinha, a Seleção foi dominada no segundo tempo. A equipe boliviana cresceu com a força da torcida e, principalmente, com a vantagem física que a altitude proporciona. Resultado? Virada, pressão e mais um duro golpe para um Brasil que já balançava.
O cenário antes da partida: tensão crescente
O Brasil já vinha de uma campanha irregular. Pressionado por resultados ruins, mudanças no comando técnico e atuações sem brilho, a confiança do torcedor estava abalada. O jogo contra a Bolívia era visto como uma chance de recuperação — mas também como um grande desafio físico.
A altitude do Estádio Hernando Siles já tinha feito vítimas no passado. E, mais uma vez, mostrou seu poder.
O jogo: fôlego curto, pressão boliviana e virada histórica
O Brasil começou bem. Aos 26 minutos do primeiro tempo, Edílson Capetinha abriu o placar, em jogada individual. O alívio durou pouco. Aos 42, Líder Paz empatou para a Bolívia, aproveitando uma falha na marcação brasileira.
No segundo tempo, a seleção brasileira não conseguiu manter o ritmo. A altitude pesou, e a Bolívia se impôs com mais intensidade. Julio César Baldivieso, o veterano camisa 10 boliviano, foi o nome do jogo. Marcou dois gols — um aos 25 e outro nos acréscimos — e garantiu a virada.
A derrota por 3 a 1 escancarou os problemas da Seleção. Erros táticos, dificuldades físicas e falta de reação. Foi mais um capítulo amargo da campanha.
Ficha da partida
- Data: 1º de julho de 2001
- Local: Estádio Hernando Siles, La Paz – Bolívia
- Competição: Eliminatórias da Copa do Mundo de 2002
- Placar: Bolívia 3 x 1 Brasil
- Gols:
- Brasil: Edílson (26’ 1ºT)
- Bolívia: Líder Paz (42’ 1ºT), Baldivieso (25’ e 45’ 2ºT)
O que esse jogo revelou sobre o Brasil?
Essa derrota deixou claro que a Seleção precisava de mudanças urgentes. O elenco estava instável, o condicionamento físico não era suficiente e a preparação para jogos em condições adversas era falha.
Foi após essa fase turbulenta que Luiz Felipe Scolari começou a reestruturar o time. Jogadores como Gilberto Silva, Kléberson, Ronaldo e Cafu voltariam a ganhar espaço, rumo à redenção no Mundial seguinte.
Conclusão: a montanha que o Brasil teve que escalar
O jogo contra a Bolívia em La Paz simboliza o fundo do poço que a Seleção Brasileira atingiu antes de se reconstruir. Às vezes, é preciso cair para levantar com mais força — e aquela altitude, embora cruel, foi parte da história que levou o Brasil ao Penta em 2002.