Um jogo que valeu mais do que três pontos
Na noite de 15 de agosto de 2001, o Brasil entrou em campo sob pressão. A Seleção vivia uma das fases mais instáveis de sua história recente. O risco de ficar fora da Copa de 2002 parecia mais real a cada rodada. Mas naquele dia, diante de um Estádio Olímpico lotado, a equipe de Luiz Felipe Scolari mostrou sinais de recuperação ao vencer o Paraguai por 2 a 0, com gols de Marcelinho Paraíba e Rivaldo.
A vitória marcou uma virada emocional. Não foi apenas um triunfo no placar, mas um respiro para um time que começava a reencontrar sua identidade.
O clima antes do jogo: dúvida, crítica e desconfiança
Quando Felipão assumiu o comando da Seleção, em junho, o cenário era caótico. Derrotas para Uruguai e Paraguai nos dois primeiros jogos sob sua direção aumentaram as críticas. Além disso, o Brasil havia sido eliminado precocemente na Copa América, perdendo para Honduras. A imprensa questionava o elenco, o esquema tático e até a liderança do técnico.
O jogo contra o Paraguai, então quarto colocado nas Eliminatórias, era tratado como uma verdadeira decisão. A torcida brasileira queria resposta — e o time não podia mais falhar.
O jogo: pressão do início ao fim
A partida começou tensa, mas com o Brasil buscando o ataque desde os primeiros minutos. O Paraguai apostava na forte marcação e nos contra-ataques rápidos, com nomes como Roque Santa Cruz e José Cardozo levando perigo.
Foi no segundo tempo que o Brasil finalmente desabrochou. Aos 20 minutos, Marcelinho Paraíba, em jogada individual pela esquerda, acertou um belo chute cruzado e abriu o placar. A torcida gaúcha explodiu em festa.
Minutos depois, em rápido contra-ataque, Rivaldo, que fazia um jogo discreto até então, marcou o segundo e selou a vitória. O alívio tomou conta do estádio.
Escalação do Brasil naquela noite
Técnico: Luiz Felipe Scolari
Time titular: Marcos; Belletti, Lúcio, Roque Júnior, Júnior; Emerson, Vampeta, Juninho Paulista (Marcelinho Paraíba), Alex (Ricardinho); Edílson (Luizão), Rivaldo.
O que mudou depois daquela noite?
Com essa vitória, o Brasil subiu na tabela e voltou a depender apenas de si para se classificar. Mais importante que isso, porém, foi a confiança recuperada. O time passou a acreditar, e Felipão ganhou respaldo para montar sua equipe com liberdade.
Foi a partir dali que nomes como Kléberson, Gilberto Silva e o retorno de Ronaldo Fenômeno começaram a ser considerados. O caminho até o penta em 2002 começava a se firmar — e aquela vitória contra o Paraguai foi um divisor de águas.
Conclusão: mais do que um jogo, um ponto de virada
Na história das Eliminatórias, poucas partidas têm um peso tão simbólico quanto esse Brasil x Paraguai de 2001. Era uma seleção à beira do colapso, mas que naquele dia reencontrou um pouco de sua alma. E, com ela, o caminho da glória.